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Sex, 13 Dez 2019 18:52:00 -0200
CNPq e IBICT firmam acordo para implementação de repositório de dados científicos
Nesta quinta-feira (12), aconteceu a 8ª Reunião de Acompanhamento do Compromisso pela Ciência Aberta no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). O objetivo é estabelecer mecanismos de governaça de dados científicos para o avanço da Ciência Aberta no Brasil.Nesta quinta-feira (12), aconteceu a 8ª Reunião de Acompanhamento do Compromisso 3, conhecido como "Compromisso pela Ciência Aberta" no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). O objetivo é estabelecer mecanismos de governaça de dados científicos para o avanço da Ciência Aberta no Brasil.
A execução do Compromisso é coordenada pela a equipe de Governança da Informação e Transparência da Embrapa, em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Open Knowledge Brasil, Universidade de Brasília (UnB), Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), SciELO, Associação Brasileira de Editores Científicos (Abec) e Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
A Ciência Aberta propõe acesso livre e gratuito à informação científica e aos dados de pesquisa, com maior transparência nos métodos científicos, e intensificação dos mecanismos de colaboração na ciência e da participação cidadã, desenvolvimentos que estão de acordo com princípios do Governo Aberto, tais como transparência, accountability, participação cidadã, tecnologia e inovação.
Na Reunião, Rosana Maria Figueiredo, Analista em Ciência e Tecnologia, responsável no CNPq pelo Marco 5 do Compromisso 3 do 4º Plano de Ação Nacional em Governo Aberto, falou dos avanços com os parceiros e do primeiro ato da participação efetiva do CNPq na OGP com o apoio da Fiocruz, firmando o acordo para o repositório de dados Científicos do CNPq, o Lattes Data. "Nós vamos expandir o Lattes. Já tínhamos a plataforma Lattes, agora temos a expansão dela, o Lattes Data. Agradeço a todos do Marco 5, a Capes, Embrapa e os demais parceiros da OGP e peço que vocês compartilhe com a gente a alegria de firmarmos o acordo para a implementação do repositório do Lattes Data do CNPq", concluiu.
Lattes Data
O Lattes Data é um repositório para armazenamento de dados científicos, constituindo-se numa das dimensões necessárias para implementação da Ciência Aberta no Brasil com a finalidade de disponibilizar o acesso ao conhecimento, resultante de pesquisa científica financiada com recursos públicos oriundos do CNPq. É a expansão da Plataforma Lattes, com o objetivo de armazenar e permitir acesso aos dados científicos oriundos dos projetos fomentados pelo CNPq, permitindo compartilhamento e reuso de dados pela comunidade científica e acompanhamento pela sociedade, bem como possibilitando "múltiplas oportunidades de inovação".
Armazenar os dados de modo a manter sua preservação no longo prazo e assentar institucionalmente a governança dos dados científicos ensejam o core do propósito da Ciência Aberta neste Conselho, bem como constitui um compromisso que espelha a missão institucional de "fomentar a Ciência, Tecnologia e Inovação e atuar na formulação de suas políticas, contribuindo para o avanço das fronteiras do conhecimento, o desenvolvimento sustentável e a soberania nacional".
Além disso, a materialização da Ciência Aberta no Lattes Data, poderá tanto catalisar a investigação científica promovendo o aumento da eficiência na produção da ciência, quanto potencializar o valor da informação científica gerada.
A Diretora do Ibict, Cecília Leite explicou a importância de consolidar e tornar mais forte a parceria com o CNPq e que assinatura do acordo vai além dos repositórios que estão sendo criados, e vai além da possibilidade de colocar o DOI nos trabalhos, oferecendo a possibilidade de fortalecimento de uma outra ação importante quem vem sendo desenvolvida há cinco anos, o CRIS. "Com isso, a gente consolida efetivamente o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações como os atores principais na orquestração do desenvolvimento cientifico e tecnológico nesse país", disse.
Na assinatura do acordo estavam presentes a Diretora de Engenharias, Ciências Exatas, Humanas e Sociais do CNPq, e coordenadora da Ação Ciência Aberta no CNPq, Adriana Tonini, o Presidente substituto do CNPq, Manoel da Silva, o Diretor substituto de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde do CNPq, Carlos Alberto Pittaluga e o Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Marcos Pontes.
O Presidente substituto do CNPq, Manoel da Silva explicou que o tema Ciência Aberta é muito relevante e que terá um impacto no futuro próximo para ciência, tecnologia e inovação. "A assinatura desse acordo entre o CNPq e o Ibict para a implementação do recurso de dados do CNPq, ganha mais relevância com essa celebração e a entrega de mais uma semente para abertura da ciência das muitas sementes já entregues pelos parceiros da OGP e de muitas outras ações que serão entregues", concluiu.
Antes de assinar o acordo o ministro Marcos Pontes falou que é um momento muito especial e desejou que o trabalho com o ministério e com todas as unidades seja cada vez mais próximos e que tenham um alinhamento cada vez maior. "Estou cada vez mais convencido que com ciência e tecnologia a gente consegue mudar esse país", afirmou.
Em vídeo, o presidente do CNPq João Luiz Filgueiras de Azevedo, agradeceu ao Ministro Marcos Pontes sobre a iniciativa de ciência aberta e agradeceu também aos parceiros IBICT, CGU, Embrapa e a iniciativa do Governo Aberto no Brasil. "Hoje estamos aqui para celebrar o inicio de uma nova parceria CNPq e IBICT, que nos permitirá implantar o primeiro repositório de dados científicos do CNpq o Lattes Data. Essa infraestrutura para armazenamento de dados científicos constitui-se na execução de uma das dimensões necessárias para disponibilização do acesso ao conhecimento, resultante de pesquisas cientificas financiada com recursos públicos oriundos do CNPq", concluiu o presidente.
Fotos: Roberto Hilario
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Qua, 11 Dez 2019 10:23:00 -0200
Cientistas brasileiros reabrem laboratório latinoamericano mais ao sul do planeta
O módulo Criosfera 1, o primeiro laboratório científico brasileiro instalado no interior da Antártica, será reaberto no próximo dia 12 de dezembro, após 2 anos fechado.O módulo Criosfera 1, o primeiro laboratório científico brasileiro instalado no interior da Antártica, será reaberto no próximo dia 12 de dezembro, após 2 anos fechado.
Localizado nas coordenadas 84°S, 79,5°W, está a 2.500 quilômetros ao sul da estação antártica brasileira Comandante Ferraz (ou seja, a mesma distância entre as cidade do Rio de Janeiro e Belém do Pará). É necessário logística especial como, por exemplo, aviões com esquis para acessar e trabalhar no local.
O módulo é uma ação conjunta da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), foi inaugurado em janeiro de 2012 na expedição científica liderada pelos professores Heitor Evangelista (UERJ) e Jefferson Cardia Simões (Centro Polar e Climático, UFRGS), bolsista de produtividade do CNPq.
O Criosfera 1 faz parte do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR)/Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM) e é financiado pelo Ministério da Defesa (MD), Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do RS (FAPERGS).
As pesquisas desenvolvidas também estão inseridas no INCT da Criosfera, um dos institutos do Programa Instituto Nacional de Ciência e Tecnoogia, coordenado pelo CNPq e MCTIC.
O laboratório
O Criosfera 1 é uma plataforma científica, autossustentável, usa apenas o sol e o vento para suprir toda a energia necessária aos equipamentos de pesquisa e uma estação meteorológica ao longo de todo ano. Permite investigar as interações entre as massas de ar antárticas e aquelas do Brasil, avançando o conhecimento sobre as frentes frias (friagens) e que afetam nossa produção agrícola.
Os sensores do módulo também amostram continuamente os componentes químicos da atmosfera. Destaca-se a medição da concentração do dióxido de carbono (CO2) atmosférico nesse que é um dos locais mais isolados e limpos da Terra. Ainda, ajuda na investigação de sinais de poluição global gerados pela atividade industrial e de mineração.
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Qua, 27 Nov 2019 18:53:00 -0200
MCTIC lança o Programa Ciência no Mar
O programa tem como objetivos o enfrentamento imediato do derramamento de óleo na costa brasileira e outras iniciativas para gerar conhecimento e soluções para nossos mares e áreas costeiras e contará com pesquisas dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia.O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) lançou nesta quarta-feira (27) o Programa Ciência no Mar MCTIC, que tem como objetivos o enfrentamento imediato do derramamento de óleo na costa brasileira e outras iniciativas para gerar conhecimento e soluções para nossos mares e áreas costeiras. "É necessária uma resposta rápida, com um trabalho baseado em dados científicos", afirmou o ministro Marcos Pontes, durante a cerimônia de lançamento do programa.
O Ciência no Mar MCTIC está centrado em três ações de curto, médio e longo prazos para produção de pesquisa, projetos e soluções tecnológicas para as demandas imediatas e também preventivas relacionadas ao mar. O trabalho terá como foco de atuação quatro áreas prioritárias: segurança alimentar; balneabilidade e impactos na saúde da população; impactos sobre ecossistema e controle e remediação.
A primeira fase do programa, mais emergencial e de curto prazo, deverá contar com cerca de R$ 8 milhões em recursos. De imediato, um levantamento será feito para avaliar a extensão dos danos e as necessidades mais urgentes relacionadas ao aparecimento de óleo nas praias brasileiras.
Essa medida inicial vai aproveitar projetos já em andamento, soluções existentes e a experiência da comunidade científica, além de encomendar novos estudos e projeto, para combater os problemas provocados pelo desastre ambiental. Para isso, foram convidados sete institutos que atuam em áreas afins à questão dos oceanos no âmbito do Programa Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT), coordenado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com o MCTIC.
Os INCTs Análises Avançadas; Energia e Meio Ambiente; Geofísica do Petróleo; TeraNano e aqueles que formam o Grupo Mar (AmbTropi, Oceanos e Mar COI) elaborarão um plano de trabalho para contribuir com o enfrentamento emergencial do derramamento de óleo no litoral do Nordeste. "Os INCTs são redes já estabelecidas, com competência comprovada para dar pronta resposta a questões urgentes, como pudemos ver na questão da epidemia da Zika, quando foi feito esforço parecido junto aos INCTs para buscar soluções emergenciais", explica o presidente do CNPq, João Luiz Azevedo.
Cerimônia de lançamento do Programa. Da esquerda para a direita: O diretor do Departamento de Hidrografia e Navegação da Marinha, almirante de esquadra Marcos Olsen; o secretário de Políticas para Formação e Ações Estratégicas do MCTIC, Marcelo Morales; o ministro Marcos Pontes; o presidente do CNPq, João Luiz de Azevedo e a diretora do Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Camile Sachetti. Foto: Roberto Hilário/CNPq
O segundo projeto, de médio prazo, será a chamada pública programada para o início de 2020. A chamada será realizada em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e contará com cerca de R$ 20 milhões. Um edital definirá a construção de um plano articulado para as áreas prioritárias entre o MCTIC e outros parceiros, como Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa, Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) e outros ministérios. Essa cooperação científica buscará prevenir e combater outros desastres desta natureza que possam ocorrer.
INPO
A terceira ação será a reformulação do Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (INPO) como organização social até o fim de 2020. ¿Em um país com um litoral tão extenso como o Brasil, esse instituto é essencial¿, ressaltou o ministro Marcos Pontes. A expectativa é de que o INPO conte com um orçamento inicial de cerca de R$ 20 milhões por ano. A nova organização social vai centralizar todas as pesquisas do segmento, laboratórios e navios, responsáveis pelo monitoramento da costa do País, que tem mais 7.300 quilômetros.
Todo o Programa Ciência no Mar MCTIC foi desenvolvido em articulação com o Grupo de Acompanhamento e Avaliação da Marinha (GAA) e com participação da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). ¿Esse programa demonstra a capacidade de ação conjunta entre o ministério, outros órgãos e entidades científicas para obter resultados de impacto nacional, para o país¿, destacou o ministro Marcos Pontes.
A cerimônia de anúncio do Ciência no Mar MCTIC contou com a participação do presidente do CNPq, João Luiz Azevedo; do presidente da Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), Evaldo Vilela; do diretor do Departamento de Hidrografia e Navegação da Marinha, almirante de esquadra Marcos Olsen; do secretário de Políticas para Formação e Ações Estratégicas do MCTIC, Marcelo Morales; e da diretora do Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Camile Sachetti.
As ações e resultados do Programa Ciência no Mar MCTIC poderão ser consultados no site www.ciencianomar.mctic.gov.br, desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), uma unidade de pesquisa do MCTIC. Já está disponível no site, entre outras informações, um mapa interativo que apresenta o impacto do derramamento de óleo no litoral brasileiro.
Com informações da Ascom/MCTIC
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Qui, 14 Dez 2017 16:27:00 -0200
CNPq participa do Pensacom 2017
O Centro de Formação e Pesquisa do SESC/SP, em Bela Vista, recebeu nos dias 11 e 12 de dezembro o IV Pensacom Brasil 2017. O evento busca promover o debate sobre o pensamento comunicacional brasileiro e teve como tema desta edição Das indústrias culturais às indústrias criativas.
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq) esteve presente com a participação da Profª. Adriana Tonini no colóquio "Descolonização à brasileira: o lugar das ciências da Comunicação na periferia acadêmica". Na apresentação, a diretora discursou sobre 'O lugar das Ciências da Comunicação e o fomento à pesquisa no CNPq'.
O Pesancom 2017 reuniu pesquisadores científicos, artísticos, literários, tecnológicos, organizacionais e mercadológicos da Comunicação e Informação para um debate sobre o desenvolvimento midiático e folkcomunicacional e o fortalecimento criativo da sociedade democrática.
Fizeram parte da programação, o colóquio Estratégias de Descolonização cultural: o lugar do Brasil na conexão BRICS, e o Fórum Ensicom, que discutiu "O Ensino, a Pesquisa e a Extensão frente à demanda para o mundo do trabalho", além de apresentações de Grupos de Trabalho, o lançamento de livros, entre outras atividades.
A conferência, promovida pela Intercom e o SESC, é apoiada pelo CNPq, além da Capes, Fapesp, SBPC, com a colaboração da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de Alagoas, Fundação de Apoio a Pesquisa do Estado de Alagoas (FAPEAL), SESMAC, UNEAL e UFAL.
Coordenação de Comunicação do CNPq
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Qua, 13 Dez 2017 15:02:00 -0200
Presidente do CNPq é condecorado com o Mérito Tamandaré
O presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Mario Neto Borges, recebeu, nesta quarta-feira, 13, a medalha Mérito Tamandaré.Mario Neto Borges recebe a medalhaCriada em 1957, a honraria é concedida a autoridades, instituições, civis e militares, brasileiros ou estrangeiros, que tenham prestado relevantes serviços à Marinha do Brasil.A solenidade foi realizada no âmbito das comemorações do Dia do Marinheiro, 13 de dezembro, no Grupamento de Fuzileiros Navais de Brasília. A medalha é uma homenagem ao Almirante Joaquim Marques Lisboa, Marquês de Tamandaré, patrono da Marinha do Brasil.Coordenação de Comunicação Social do CNPq
Foto: Roberto Hilário
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Ter, 12 Dez 2017 18:05:00 -0200
Flora do Estado do Acre: samambaias e licófitas
Pela primeira vez, pesquisadores registraram a flora completa sobre samambaias e licófitas para um estado brasileiro, em particular amazônico. Artigo assinado por bolsistas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) apresenta a monografia completa de todas as famílias, gêneros e espécies desses grupos de plantas, um registro de 212 espécies, 66 gêneros e 28 famílias.
A publicação Flora de samambaias e licófitas do estado do Acre, Brasil é resultado de um projeto intitulado Mobilizing Taxonomic Specialists: The State of Acre, financiado em parte pela Beneficia Foundation e The New York Botanical Garden (NYBG), dos Estados Unidos, e, da parte do Brasil, pela Universidade Federal do Acre (UFAC) e o CNPq.
A pesquisa foi realizada pelos brasileiros Jefferson Prado (bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq) e Regina Yoshie Hirai (bolsista de Pós-doutorado Júnior do CNPq), ambos do Instituto de Botânica de São Paulo, e pelo americano Robbin Craig Moran, do NYBG. No estudo, são apresentados descrições, chaves de identificação, dados de distribuição geográfica, comentários e ilustrações de quase todos os táxons estudados. O total de espécies de ambos os grupos no Acre representa 40% do total de espécies encontradas na Amazônia brasileira.
Prado explica que as samambaias e licófitas são plantas vasculares, ou seja, que possuem tecidos condutores, e que se reproduzem por propagação vegetativa ou por esporos. Elas são distintas de outras plantas vasculares (gimnospermas e angiospermas) por não possuírem flores, frutos e sementes. "Ocorrem nos mais variados ecossistemas, desde regiões quentes e úmidas, até a periferia de desertos quentes e frios. No Brasil há entre 1.200-1.300 espécies de samambaias e licófitas. Na Amazônia brasileira estima-se um total de 530 espécies de ambos os grupos", informa.
Em 2009, os especialistas já haviam elaborado uma primeira lista das espécies ocorrentes no Acre e, apesar desses dois artigos, os autores acreditam que o estado deve abrigar outras espécies que ainda não foram registradas nesses estudos. "Certamente, nos próximos anos, outras espécies de ambos os grupos serão encontradas à medida que forem feitas mais investigações", afirmou Prado. Segundo ele, os dados ora publicados serão úteis para aqueles que estão trabalhando nesta Flora, bem como em outras floras na Amazônia brasileira, uma vez que as espécies registradas possuem ampla ocorrência na região.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq
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Seg, 11 Dez 2017 14:26:00 -0200
Seminário discute ação internacional no Brasil para CT&I
A internacionalização da ciência, da tecnologia e da inovação brasileiras foi destacada durante o 2º Seminário sobre Diplomacia e Inovação Científica e Tecnológica: Ação Internacional no Brasil, promovido pelo Ministério das Relações Exteriores. O evento aconteceu na última sexta-feira, 8, e contou com a presença do diretor do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Marcelo Morales, dos ministros da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, e das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, além de representantes de setores governamentais de países como Argentina, Suécia, China, Canadá e Dinamarca.
Morales apresentou, durante a palestra de abertura, na condição de presidente substituto do CNPq, os desafios brasileiros para o desenvolvimento da produção científica. "Produzimos muito com muito pouco dinheiro", afirmou, apontando que no Brasil, por exemplo, 20% das patentes são oriundas das instituições públicas, enquanto nos Estados Unidos, essa porcentagem é de 4%.
Marcelo Morales fala durante a abertura do Seminário, em Brasília
Para o diretor, um dos maiores desafios do país é transformar o conhecimento em produtos, soluções e que, para isso, tem sido intensificado o investimento em inovação, incentivando, principalmente, as parcerias. Morales reforçou que a internacionalização, em especial, é "extremamente importante". "Estudos demonstram que o impacto de um conhecimento produzido em parceria com outro país aumenta em quatro vezes, comparado com a produção sem parceria", apresentou.
Comissão
Na ocasião, foi assinada a portaria que institui a Comissão de Coordenação em Ciência, Tecnologia e Inovação, para aprimorar a cooperação internacional do Brasil. A criação do órgão consultivo interministerial ocorreu na abertura do 2º Seminário sobre Diplomacia e Inovação Científica e Tecnológica: Ação Internacional no Brasil.
O diretor do CNPq assina a portaria que criou a Comissão
Segundo Kassab, a comissão fará circular informações vitais para o aprimoramento das iniciativas em inovação no Brasil. "A comissão tem pela frente desafios de um mundo que deverá tratar de nanossegurança, bioeconomia, pesquisa embrionária e tantas outras matérias que exigirão posicionamento político, discussão sobre ética e definição de protocolos. Para todo esse complexo arcabouço, a convergência de ações dos nossos ministérios será essencial".
Ministro Kassab apresenta a Comissão de Coordenação em Ciência, Tecnologia e Inovação, na abertura do Seminário
A Comissão de Coordenação em Ciência, Tecnologia e Inovação terá, entre outras atribuições, a de elaborar as diretrizes das ações governamentais de coordenação entre a diplomacia e a inovação científica e tecnológica. Além disso, deverá apoiar a implementação da rede diplomática brasileira em pesquisa e inovação em postos específicos no exterior e nos escritórios de representação regional do Itamaraty. Será composta por representantes do MCTIC e MRE, além de convidados brasileiros e estrangeiros do setor produtivo, academia, sociedade civil e organismos internacionais.
"Concordamos integralmente com a ampliação e intensificação das parcerias internacionais", declarou Kassab, ao citar uma série de cooperações com outros países realizadas pelo MCTIC em 2017.
Ele destacou as parcerias com o governo da Argentina em áreas como biomedicina, nanotecnologia e engenharia genética; a "Declaração de Belém", assinada entre Brasil, Portugal e África do Sul para pesquisa científica nos oceanos; e o 2º Diálogo de Alto Nível Indústria-Ciência-Governo sobre Interações Atlânticas, realizado em novembro, em Florianópolis (SC), com a participação de 11 países, que discutiu a criação do Centro Internacional de Pesquisa do Atlântico (AIR Center).
Transformações
Para o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, a criação da Comissão de Coordenação em Ciência, Tecnologia e Inovação é um mecanismo inovador de apoio à governança das iniciativas internacionais. De acordo com ele, as transformações em curso nos modelos de produção com a chamada indústria 4.0 geram oportunidades e desafios para o país. "É preciso implementar políticas públicas que permitam que a economia brasileira mantenha vantagens competitivas em termos de ciência, tecnologia, inovação, pesquisa e desenvolvimento."
Aloysio Nunes reforçou que a diplomacia da inovação constitui ferramenta importante para ajudar a integrar o Brasil às cadeias globais de produção mais avançadas. "Queremos que os escritórios regionais do Itamaraty sejam cada vez mais plataformas de facilitação de contatos entre esses ecossistemas domésticos e as principais praças inovadoras no exterior, por meio da nossa rede de consulados e embaixadas."
Coordenação de Comunicação Social do CNPq com ASCOM/MCTIC
Fotos: Marcelo Gondim
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Qua, 06 Dez 2017 18:21:00 -0200
Prêmio Celso Furtado homenageia pesquisas sobre desenvolvimento regional
Autores de diversas pesquisas sobre desenvolvimento regional receberam, na última terça-feira, 5, o Prêmio Celso Furtado, uma iniciativa do Centro Celso Furtado e do Ministério da Integração Nacional. O objetivo do prêmio, que está na quarta edição, é incentivar a elaboração e execução de planos que levem em conta potencialidades e realidades locais.
Pela primeira vez, a premiação contou com a participação formal do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com a presença da Diretora de Engenharias, Ciências Exatas, Humanas e Sociais, Profª. Adriana Maria Tonini, que compôs a mesa da cerimônia de premiação.
"O Prêmio visa promover a reflexão, do ponto de vista teórico e prático, sobre o desenvolvimento regional no Brasil e, assim, a participação do CNPq é muito pertinente com a sua missão, atuação e história. Desde sua fundação, na década de 1950, o CNPq tem se notabilizado por fomentar a pesquisa científica em todas as áreas do conhecimento", reforçou a diretora. Adriana lembra que no tema 'desenvolvimento regional', o CNPq tem entre seus bolsistas de produtividade alguns dos mais destacados pesquisadores brasileiros sobre o assunto e, ao longo dos anos, vem concedendo bolsas e auxílios à pesquisa nessa temática. "Além de possuir uma modalidade de bolsa, Desenvolvimento Científico Regional (DCR), com o foco de contribuir para a diminuição das desigualdades regionais por meio da fixação de pesquisadores experientes em regiões que carecem de maior desenvolvimento científico e tecnológico", completou.
O nome do prêmio, lançado em 2009, celebra um dos mais importantes pensadores brasileiros, Prof. Celso Furtado. Este importante pesquisador esteve vinculado a muitas instituições de ensino e pesquisa, sobretudo internacionais, e suas contribuições são fundamentais para o entendimento e superação do atual estágio de desenvolvimento do Brasil e da América Latina. Como gestor público, destacam-se, ainda, sua atuação na criação e como superintendente da SUDENE, onde trabalhou em prol do desenvolvimento regional, atentando ao desenvolvimento de sub-regiões extremamente empobrecidas e lutando pela minimização das diferenças entre as regiões Ao longo de sua história, o CNPq fez algumas parcerias com a SUDENE, especialmente por meio do Programa do Trópico Semi-Árido e do Prêmio Nordeste de Ciência e Tecnologia.
"A única maneira de reduzir o hiato da pobreza é o investimento em conhecimento, dos mais simples aos mais complexos", afirmou o secretário executivo da Integração Nacional, Márcio Ramos. Já o secretário do Desenvolvimento Regional do órgão, Marlon Cambraia, defendeu a incorporação dos conhecimentos às políticas públicas do país. Para que tal apropriação comece a ocorrer, os trabalhos serão disponibilizados na página do ministério na Internet.
A quarta edição do Prêmio Celso Furtado de Desenvolvimento Regional teve mais de 400 trabalhos inscritos em seis categorias: produção de conhecimento acadêmico; práticas exitosas de produção e gestão institucional; projetos inovadores para implantação no território; Amazônia - tecnologia e Inovações para o Plano Regional de Desenvolvimento da Amazônia (PRDA); Centro-Oeste - desenvolvimento para a faixa de fronteira; e Nordeste - inovação e sustentabilidade. O prêmio para o primeiro e o segundo colocados das seis categorias foi de R$ 15 mil e R$ 10 mil, respectivamente.
Primeiro lugar na principal categoria, a de Produção de Conhecimento Acadêmico, o servidor público e pesquisador Vitarque Lucas Paes Coelho disse que os prêmios "incentivam o sonho de fazer um Brasil melhor, com mais oportunidade de desenvolvimento em todo o país". Baseando-se nas teses do pensador e economista Celso Furtado, criador da Sudene, Coelho destacou que os brasileiros vivem em um território ¿imenso em suas desigualdades¿ e que é preciso fazer o país crescer. Para ele, "não é suficiente apenas o crescimento, mas sim o desenvolvimento", o que envolve progresso técnico, sustentabilidade e transformação.
Milton Santos
A quarta edição do prêmio homenageou o geógrafo Milton Santos, intelectual negro que ultrapassou fronteiras nacionais, tendo sido reconhecido em diversos países, ao defender um conhecimento interdisciplinar e útil à superação das desigualdades. É de Milton Santos o conceito de território como espaço produzido por relações sociais, bem como a ideia da globalização como um processo em disputa, o qual pode resultar em fábula ou perversidade.
Durante muitos anos, Milton Santos foi bolsista de produtividade PQ-1A do CNPq, compôs Comitês de Assessoramento representando o Programa Básico de Geografia e sua produção acadêmica, de projeção internacional, especialmente sobre o território brasileiro, é fundamental para a compreensão das desigualdades, seja dentro do Brasil, seja com relação aos demais países.
A atualidade de pensamento do geógrafo foi ressaltada por seu neto, o doutorando Arlei Santos, que representou a família durante a homenagem. Ariel destacou as teses do avô sobre a importância de um esquema de desenvolvimento que considere os interesses nacionais e locais e acrescentou que o prêmio deve servir parar 'estimular o pensamento acadêmico, sobretudo de vertente crítica, sobre modelo de desenvolvimento'. O pesquisador disse esperar que conceitos como solidariedade e igualdade, que nortearam a obra de Santos, possam 'voltar a reger os rumos do país', na busca da superação das desigualdades.
Durante o evento, foi exibido trecho do documentário Milton Santos - O Mais Importante Geógrafo do Brasil, produzido pela TV Brasil, da EBC, em 2011, que resume a trajetória do intelectual. Nesta terça-feira (5), foi anunciado também o nome do homenageado na próxima edição do Prêmio Celso Furtado, em 2019: o médico Josué de Castro, escritor e ativista brasileiro do combate à fome, que considerava "uma verdadeira catástrofe social". Por seus trabalhos que vasculham a história do Brasil, Castro recebeu três indicações ao Prêmio Nobel.
Premiados
Na categoria produção do conhecimento acadêmico, o vencedor foi Vitarque Lucas Paes Coelho, com o trabalho A Esfinge e o Faraó: a Política Regional do Governo Lula (2003-2010). Em segundo lugar, ficou Beatriz Macchione, com a pesquisa Comércio Ecologicamente Desigual no Século XXI: Evidências a Partir da Inserção Brasileira no Mercado Internacional de Minério de Ferro. Com o tema práticas exitosas de produção e gestão institucional, os premiados foram Siidarta Tollendal Gomes Ribeiro e Kerstin Erika Schmidt, com o trabalho Internacionalização e Regionalização da Ciência no Instituto do Cérebro da UFRN, e Ana Maria Costa, Fábio Gelape Faleiro, Geraldo Magela Gontijo e Fátima Cecilia Paim Kaiser Cabral, com o estudo Trabalho: Geração Tecnológica Integrada para Uso Sustentável da Biodiversidade: Maracujá Pérola.
Na categoria projetos inovadores para implantação no território, os vencedores foram Rebert Coelho Correia, Marcelino Lourenço Ribeiro e José Nilton Moreira, com Lago de Sobradinho: Plantando o Desenvolvimento Regional, e Luciano Charlita de Freitas, Leonardo Euler de Moraes e Renato Couto Ramposo, com Uso da Banda Larga Satelital para Universalização do Acesso à Banda Larga e como Indutor de Redução das Desigualdades Regionais. A categoria Amazônia - tecnologia e inovações para o Plano Regional de Desenvolvimento da Amazônia (PRDA) premiou os trabalhos de Jonas da Silva Gomes Júnior, ONGs Transnacionais e os Sentidos de Sustentabilidade Amazônica: Imaginários, Discurso e Poder, e Armando Araújo de Souza Júnior e Ricardo Silveira Martins, Avaliação de Políticas Industriais de Formação de Polos e Zonas Francas sob o Paradigma de Cadeias de Suprimentos.
A quinta categoria, Centro-Oeste - desenvolvimento para a faixa de fronteira; e Nordeste - inovação e sustentabilidade, teve como vencedores Maurício Munhos Ferraz, com o estudo Agroecologia nas Fronteiras, e Caroline Krüger Guimarães e Fábio Henrique Corrêa Bogado Guimarães, com Fronteira Centro-Oeste: Proposta de uma Plataforma Digital de Soluções Compartilhadas para o Desenvolvimento Transfronteiriço. Na sexta categoria, Nordeste, foram premiados os trabalhos Implantação do Serviço Territorial de Apoio à Agricultura Familiar (Setaf) e dos Serviços Municipais de Apoio à Agricultura Familiar (Semaf) na Bahia, de Wilson José Vasconcelos Dias, e Programa de Estudos e Ações para o Semiárido - Transformando Vidas na Terra de Celso Furtado, de Mônica Tejo Cavalcanti.
A lista completa dos selecionados, inclusive os que receberam menção honrosa, está disponível no site do prêmio.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq com Agência Brasil/EBC
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Qua, 06 Dez 2017 08:58:00 -0200
Comitiva brasileira aprimora parcerias científicas com países europeus
A passagem da comitiva brasileira, composta por representantes do fomento à pesquisa nacional, pela Europa finalizou no dia 1º de dezembro, na Holanda. A cidade de Haia recebeu, por dois dias, o 3º Encontro do Comitê Conjunto Brasil-Países Baixos em Ciência Tecnologia e Inovação.
Os brasileiros foram recebidos pela Diretora do Ministério da Educação, Cultura e Ciência, Nora van der Wenden, e o Diretor-Geral do Ministério de Assuntos Econômicos e Política Climática, Michiel Sweers, além de representantes das agências e institutos de pesquisa holandeses como a Organização Neerlandesa para Pesquisa Científica (NWO) e o Instituto Deltares.
Pelo Brasil, participaram, além do presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Mario Neto Borges, representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia, Comunicações e Inovações (MCTIC), o diretor da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Márcio Girão, e o diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), Osvaldo Moraes, além de membros da embaixada brasileira em Haia.
Segundo o presidente do CNPq, o encontro foi importante para reavliar a parceria existente entre o CNPq e a NWO, a qual já tem resultados positivos desde 2011. "Renovamos a disposição de manter e ampliar esta parceria incluindo a possibilidade de apoiar projetos de colaboração entre o CENAPEN e a Deltares assim como projetos da Naturales e instituições brasileiras", completou Mario Neto.
A cooperação em bioeconomia com os Países Baixos iniciou com o Be-Basic, consórcio público-privado composto por universidades, institutos de pesquisa e empresas holandesas, que atua em diversos países. Estabelecido em 2012, o consórcio possui foco em soluções integrais e sustentáveis que equilibram e otimizam o valor econômico e os impactos climáticos para usos energéticos e não energéticos. Diversos projetos conjuntos em bioeconomia foram financiados mediante parcerias da NWO com o CNPq e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), tais como os contemplados pela Chamada MCTI/CNPq/CT-BIOTEC Nº 26/2013.
A parceria entre o CEMADEN e a DELTARES se ampara em Memorando de Entendimento assinado em 2013, e enfoca o intercâmbio de experiências, dados, modelos, plataformas observacionais por meio de visitas técnicas de estudantes e cientistas, desenvolvimento conjunto de modelos e plataformas e apresentações e publicações conjuntas de artigos e reportagens. Essa cooperação poderá envolver outros institutos do MCTI, assim como agências federais e estaduais. Condições a serem estabelecidas para o êxito dessa cooperação incluem oportunidades de financiamento.
Na reunião, ficou decidido também que o próximo encontro do Comitê, em 2019, será realizado no Brasil.
O encontro em Haia fechou uma série de atividades do Brasil na Europa para aprimorar as parcerias em projetos de ciência, tecnologia em inovação. Ao longo da semana, a comitiva esteve em Bruxelas e na Suíça.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq
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Seg, 04 Dez 2017 18:16:00 -0200
Pesquisa idealizada por bolsista do CNPq desenvolve dicionário em libras
Bolsista do CNPq, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG), plataforma aborda a produção de novos sinais com termos técnicos e científicos.
A utilização de tecnologia para difundir conhecimento científico entre as pessoas com deficiência auditiva é a marca da plataforma digital SignWeaver, que apoia a criação e manutenção de dicionários de termos técnico-científicos em Língua Brasileira de Sinais (Libras). A solução baseia-se no uso de uma abordagem computacional inovadora para a produção de novos sinais (palavras) em Libras, de forma parametrizada, ágil e escalável. Os dicionários contêm definições dos principais conceitos técnicos abordados em áreas das Ciências, Tecnologias, Engenharias e Matemática (CTEM).
Atualmente, os sinais em Libras para conceitos técnicos são extremamente escassos. Nesse contexto, intérpretes, professores e tutores, esforçam-se para criar novos sinais por meio da organização de comitês locais de discussão, compostos por e pessoas da comunidade surda diretamente interessadas. Os produtos resultantes desses esforços incluem não apenas dicionários, mas também coleções de sinais que podem estar, por exemplo, sob a forma impressa ou em diferentes formatos de mídias digitais.
"Infelizmente, por meio desse tipo de abordagem, verifica-se que sinais completamente distintos entre si podem ser atribuídos a um mesmo conceito técnico, quando intérpretes ou instituições de ensino diferentes realizam este trabalho de forma independente", afirma o professor Flávio Cardeal, um dos idealizadores do projeto. Segundo Cardeal, bolsista de Produtividade em Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora (DT) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a ideia de criação da Plataforma surgiu de um doutorado do aluno do Programa de Pós-Graduação em Modelagem Matemática e Computacional do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet -MG), Celso Souza, no qual Flávio é o orientador juntamente com a professora Vera Lima.
Para o desenvolvimento, o projeto contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG). Ao todo, cerca de R$56 mil já foram investidos no projeto (bolsas de iniciação científica, mestrado e apoio técnico). "Esse apoio tem sido essencial para o projeto, não apenas financeiramente por meio da concessão de bolsas, mas também pela divulgação de nosso trabalho como o que foi realizado na Mostra Inova Minas FAPEMIG", observa o pesquisador.
A tecnologia da SignWeaver está ainda em desenvolvimento e demanda por investimentos para que seja finalizada e se torne um produto comercializável. Por meio do programa de aceleração de empresas da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg-Lab), as ideias e a tecnologia associadas ao projeto foram lapidadas por profissionais competentes nos diversos campos associados à criação de um novo negócio.
O projeto avançou para a criação de uma spin-off acadêmica denominada SignWeaver e que, portanto, leva o mesmo nome da plataforma digital que está sendo desenvolvida. Pretende-se a partir da experiência no Fiemg-Lab explorar a viabilidade de se criar uma organização que leve adiante o projeto, dando maior estrutura financeira e profissional ao mesmo e, permitindo que o problema da escassez de um léxico específico para termos técnicos em Libras seja atacado da forma devida.
Além do professor Flávio e da Profa. Vera Lima - percussora do trabalho, que atua no tema há quase uma década - também atuam no projeto os orientandos de mestrado e doutorado no Programa de Pós-Graduação em Modelagem Matemática e Computacional, Carlos Carneiro e Celso Souza; o linguista Gilberto Goulart e o ex-aluno do curso técnico de eletrônica do Cefet-Mg, Felipe Teixeira.
Com informações da FAPEMIG
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Seg, 04 Dez 2017 14:15:00 -0200
Pesquisadores fazem descoberta inédita de ovos de pterossauros com embriões preservados
Pesquisadores brasileiros e chineses encontraram mais de 300 ovos e centenas de restos de esqueletos de pterossauros na região de Hami, noroeste da China. Trata-se da maior concentração de ovos de vertebrados extintos conhecidos até então e que estavam em um bloco com pouco mais de 3m². O material é procedente de rochas formadas há aproximadamente 100 milhões de anos, período geológico denominado de Cretáceo Inferior, e reúne, além de animais jovens e adultos, os primeiros embriões preservados em três dimensões desse grupo, já encontrados.
Assembleia de ossos e centenas de ovos de pterossauros encontrados na região de Hami (China),parte desta nova descoberta inédita para a paleontologia. Foto: Alexander Kellner.
A descoberta, apresentada na última quinta-feira, 30/11, no Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pelo paleontólogo Alexander Kellner, um dos brasileiros integrantes da equipe de pesquisadores na China, foi publicada na edição atual da revista Science.
Segundo Kellner, bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), até então somente se tinha conhecimento de três embriões: dois da China e um da Argentina, todos preservados compactados. "Essa é a primeira vez que embriões são encontrados com os ossos tridimensionais que possibilitaram, inclusive, a elaboração inédita de estudos de seções osteohistológicas - que são lâminas dos ossos - de embriões", salienta o pesquisador.
Os paleontólogos Alexander Kellner do Museu Nacional/UFRJ e Xaolin Wang do Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleoantropologia da China em campo, no momento da descoberta de centenas de ovos e ossos do pterossauro Hamipterus tianshanensis encontrados na região de Hami (China). Foto: Alexander Kellner.
Os pterossauros formam um grupo extinto de répteis alados, que foram os primeiros vertebrados a estabelecerem o voo ativo. Para isso eles desenvolveram um extenso quarto dígito (corresponde ao dedo anular), que se tornou a base de sustentação de uma membrana alar, além de ossos extremamente finos. Desta forma, o seu esqueleto é bem frágil, o que dificulta a sua fossilização.
Pequeno fragmento de osso da mandíbula do pterossauro Hamipterus tianshanensis, descoberta associada a centenas de ovos e outros ossos encontrados na região de Hami (China). Foto: Alexander Kellner.
Analises com tomografia computadorizada demonstraram que nos animais recém-nascidos os ossos vinculados ao voo ainda não estavam bem ossificados, ao contrário dos ossos das pernas. Tal fato sugere que pelo menos essa espécie de pterossauro, denominada de Hamipterus tianshanensis, desenvolveu cuidado parental, tendo os pais que cuidar de sua prole por algum tempo após o nascimento.
Detalhe de uma das lâminas de osso do pterossauro Hamipterus tianshanensis que fizeram parte desta pesquisa, analisadas pelos paleontólogos Juliana Sayão e Renan Bantim da Universidade Federal de Pernambuco. Foto: Juliana Sayão.
Outro ponto importante da descoberta é o fato de que foram encontradas, numa altura de 2,2 metros, oito camadas com concentrações de pterossauros, quatro delas contendo ovos. Cada uma representa um tempo diferente na escala de anos. Isso levou a conclusão de que esses pterossauros eram animais gregários, realizavam a postura de seus ovos em grupo e possivelmente voltavam sazonalmente para a mesma região para porem seus ovos.
Reconstituição em vida de macho, fêmea e filhotes do pterossauro Hamipterus tianshanensis, cuja população foi encontrada na região de Hami (China), contendo ovos, embriões, jovens e adultos numa descoberta inédita para a Paleontologia. Paleoarte: Chuang Zhao.
O público poderá conhecer a nova descoberta em uma pequena exposição com réplicas de parte dos achados que ficarão expostas, no Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, Bairro Imperial de São Cristóvão, Rio de Janeiro. O Museu Nacional é primeiro museu do Brasil e a mais antiga instituição científica de História Natural e Antropologia do País, que em 2018 comemora 200 anos de criação.
SERVIÇO
Museu Nacional/UFRJ
Local: Quinta da Boa Vista - Bairro Imperial de São Cristóvão - Rio de Janeiro -- RJ - Brasil
Aberto de terça a domingo, das 10 às 17 horas, e as segundas das 12 às 17 horas [horário de verão]
Ingressos: R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia)
Gratuidade: crianças até 5 anos e pessoas com deficiência
Entrada gratuita, todos os dias, a partir das 16 horas
Telefone: 21 3938-1100 | 3938-1123 (NAP)
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Qua, 29 Nov 2017 16:51:00 -0200
Ministro reconhece esforço da ciência brasileira para reduzir uso de animais em pesquisas
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, reconheceu o esforço de pesquisadores brasileiros na aplicação da ciência em sintonia com o que há de mais positivo no planeta. A declaração foi feita nesta quarta-feira (29) durante a entrega do Prêmio MCTIC de Métodos Alternativos, criado para revelar novos talentos e impulsionar a pesquisa científica na área de experimentação animal. Os vencedores foram anunciados no início do mês.
O prêmio responde a uma demanda da sociedade para a adoção de métodos alternativos à experimentação animal e demonstra o esforço do MCTIC em aplicar a melhor ciência em benefício da população. "O que vocês fazem está sintonizado com o que há de mais positivo no planeta. É a vontade da sociedade de ver a nossa ciência sendo feita de forma politicamente correta, de maneira que não precisemos mais da utilização dos animais. A sociedade brasileira é grata pela seriedade com que vocês fazem seus trabalhos", afirmou o ministro.
Para o presidente substituto do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Marcelo Morales, atualmente, o país possui regras claras com relação à experimentação animal. "Hoje, temos comissões de ética em todas as instituições que fazem uso de animais em território nacional, e aquelas que não possuem essas comissões agem fora da lei. Somos pioneiros na América Latina na proteção do uso de animais para fins de pesquisa", declarou.
Prof. Marcelo Morales (segundo, da direita para esquerda) e os vencedores do Prêmio
O Prêmio
Dividido nas categorias Produção Acadêmica e Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, o prêmio recebeu a inscrição de 83 trabalhos, sendo que 78 foram pré-selecionados para a disputa principal - 50 em Produção Acadêmica e 28 em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação. Os primeiros colocados levaram R$ 15 mil cada um; os segundos R$ 7 mil; e os terceiros R$ 3 mil.
A premiação é organizada pelo MCTIC, com apoio do CNPq, e o Grupo Boticário, com apoio institucional da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
"Desde 2000, o Boticário não realiza testes que envolvam o uso de animais nos seus produtos e estabeleceu parcerias com fornecedores e institutos que também não o façam. Sabemos que o futuro a gente constrói hoje e, sobretudo, queremos que ele seja mais sustentável. A tecnologia inovadora Pele 3D, desenvolvida como alternativa para testes de produtos cosméticos, deu ao Grupo Boticário o título de Empresa do Ano no Prêmio ABIHPEC Beleza Brasil 2017, o reconhecimento mais importante do setor de cosméticos, perfumaria e cuidados pessoais no Brasil. A inovação é parte da essência do Grupo Boticário, que sempre investiu em métodos alternativos, e está na vanguarda da tecnologia para cosméticos. É por isso que queremos continuar sendo protagonistas nessa trajetória e inspirar mais pessoas e instituições a abraçarem essa causa conosco", afirmou o gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Boticário, Márcio Lorencini.
Já o representante da Unesco, Fábio Eon, ressaltou que a ciência é um direito humano, com respeito à ética e a todas as formas de vida. "Essa celebração se coaduna com o que a Unesco defende. Temos avançado muito nessas discussões em comissões de bioética pelo mundo. Na América Latina, temos pelos menos 20 comitês de bioética instalados."
Durante a cerimônia, o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTIC, Jailson de Andrade, reforçou a importância de buscar alternativas que aprimorem ou diminuam o uso de animais em experimentação. "Esperamos que cada vez mais se consiga minimizar o uso de animais na experimentação, e que esses métodos realmente tragam um conforto para a população e para os profissionais da área de saúde", defendeu.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq com ASCOM/MCTIC
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Qua, 29 Nov 2017 13:05:00 -0200
UFMS seleciona professor visitante estrangeiro
A Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) abriu neste mês de novembro um processo seletivo para contratar pesquisadores estrangeiros com o objetivo de fortalecer os programas de pós-graduação e os grupos de pesquisa da instituição.
Serão disponibilizadas 20 vagas para contratação dos pesquisadores visitantes estrangeiros, nas mais diversas áreas do conhecimento, das Ciências Exatas, Sociais e Humanas, que atuarão no ensino e no desenvolvimento de pesquisas vinculadas aos programas de pós-graduação stricto sensu, com recursos orc¿amentários e financeiros da UFMS.
Essa iniciativa foi incentivada a partir da parceira entre a UFMS e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Cienti¿fico e Tecnológico (CNPq) firmada por meio do Protocolo de Intenções assinado em outubro deste ano.
A duração do contrato é de 24 meses e pode ser prorrogado por igual período, o Docente irá atuar em regime de dedicação exclusiva com remuneração no valor de R$ 19.440,48.
Para participar, os candidatos deverão enviar toda a documentação necessária em inglês para o e-mail da direção da vaga de seu interesse, e uma cópia para o e-mail visiting@ufms.br, até o dia 10 de fevereiro de 2018.
Mais informações aos candidatos, incluindo o edital e as áreas disponíveis estão em visiting.ufms.br.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq (Com informações da UFMS)